A imagem que vi era de luto dos professores do Rio Grande do
Sul, mas não só por eles, é luto em todo o Brasil por cada um deles.
O que deveria ser um resultado positivo para a classe de
professores gaúchos, tornou-se uma baderna em plenária. A Assembleia
Legislativa apreciou ontem o projeto de lei do governo do Estado que propõe
reajuste de 23,51% ao magistério gaúcho, dividido em três parcelas - 9,84% em
maio, 6,08% em novembro e 6% em fevereiro de 2013. Com o aumento, o salário
básico da categoria, para 40h semanais, passará dos atuais R$ 791,08 para R$
977,05, valor este muito abaixo do estabelecido pelo Governo Federal.
O líder do PMDB, Márcio Biolchi, afirmou que o governador
Tarso Genro (PT) se comprometeu na campanha com o piso, isso gravado em um
tablet e percorrido pelo auditório.
Isso foi o suficiente para percebermos que a política gaucha
continua a se sobrepor a política nacional, ora, é outro país por acaso? Sim, porque
seu governador diz não ter recursos para o pagamento do piso salarial do
magistério, mas não mostra a folha de pagamento dos seus deputados, vereadores
e a sua própria em absurdos salários, acaso eles conseguem manter suas regalias
com o baixo salário dos professores? E como é que os outros estados, inclusive
o nordeste, tão dito como estado pobre, este sim consegue pagar a folha de seus
professores, de seus funcionários, acaso estas me dizendo, caro governador, que
o nordeste é mais rico que o Rio Grande do Sul? E porque os professores, que são
uma classe bem ampla no Rio Grande do Sul votam em sujeitos como esses que não
dão valor a classe trabalhadora e não saberiam nem ao menos viver com um
salário baixo como esse, ou saberia, porque não experimentam, nos mostre como
se faz?
Uma vergonha maior ainda é
saber que mais estados do nosso país ainda não estão pagando o piso nacional do
magistério de R$ 1.451,00, lembrando que esse é o piso nacional para
MAGISTÉRIO, ou seja, para o professor graduado, o professor com especialização,
mestrado ou doutorado, o salário deverá ser ajustado. Magistério é quem fez o
antigo 2º grau em magistério, o que foi implantado novamente nas escolas este
ano como nível técnico devido à necessidade de professores, pois o Brasil não produz
mais professores de sala de aula. Se liga Brasil, se liguem sindicatos dos
professores, é hora de fazer valer a lei do piso, quantos anos se passarão até
que o Brasil acorde pra valorizar os educadores?
Haverá muito mais a falar,
muitas vezes, muitas palavras a serem ainda ditas, mas não se resolve só com
palavras, é preciso ação, é preciso mudar, é preciso se ter vontade e verdade
no sangue, é preciso eleger quem eleja como prioridade o trabalhador, o
professor, é preciso respeito!
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